quarta-feira, outubro 19, 2011

Estou muito emocionado com a data de hoje. Me lembro perfeitamente daquela noite no laboratório da Caixa, onde diversas vezes o Bunitão nos recebeu com seu tradicional bordão ("próóximo"), noite na qual executou-se a ideia de sistematizar um espaço comum onde pudéssemos nos expressar e principalmente nos divertir. Ouvindo Celebration Day, do Led Zeppelin, volto no tempo pra celebrar a alegria de ser Panela. Nas festas ou nas aulas, na reta ou nos congressos, nas brigas ou nos casamentos, somos um só espírito de amizade e parceria. Formamos um elo que nem a distancia pode romper. Que nossa amizade seja eterna. Obrigado por tudo meus irmãos. 

2007
2009
2011

                                                                           




Aproveito pra postar um vídeo que acabei de assistir e achei que cabe muito bem ao espírito da Panela: "Esqueça o filtro solar e acredite no conhecimento".
Abraços panelísticos!



5 Anos dessa BUDEGA


Hoje essa mardita forma de comunicação coletiva, que só eu uso em 90% dos casos, completa 5 anos. Comemoremos esta longevidade e reflitamos o quanto modificamos nossa maneira de viver o mundo neste tempo. Reproduzo abaixo a primeira postagem, para variar minha, neste blog sórdido. Leiam e pensem em como alguns velhos hábitos, já abandonados em nosso presente, podem ser muito uteis ainda hoje.


"Quinta-feira, Outubro 19, 2006

Este não é qualquer blog. Este é um blog fruto de uma grande amizade. Uma amizade que rompeu as barreiras da ideologia pessoal de cada um dos seus integrantes. Uma amizade que foi capaz de unir elementos com filosofias de vida tão contrastantes que tinham tudo para torná-los antagonistas. Mas, Deus, do alto de sua incalculável sabedoria uniu-os. Talvez por perceber que o atrito entre eles causaria o fim da humanidade. Sábia escolha divina. Sábia escolha humana que percebendo os sinais do santíssimo foi capaz de seguir o caminho certo.

Pesquisadores de gabinete, mercenários da pesquisa acadêmica, pedreiros, "iberoloucos", calvos, barbudos, magros e gordos, evangélicos, católicos e deistas, hipócritas, "mindingos", pequenos e grandes, liberais, da esquerda e eleitores do Lula, baichareis e licênciados, negros, índios e cafusos.
Fazemos parte do mesmo grupo.
Somos uma única panela."

terça-feira, outubro 18, 2011

Panela Cinéfila

Estávamos em pleno mar. Boiando longe de nossa família, buscando um norte que as vezes aparecia muito nublado e distante ao fundo. Algumas atividades no ajudaram a atravessar mares intempestivos. E, durante algumas horas, nos levaram a outros tempos e lugares. O cinema foi um dos grandes momentos de escape, ou de imersão dentro de outras realidades.

Havia aqueles que se interessavam por filmes que foram feitos pra ser estranhos. Estórias sem pé nem cabeça, que cambaleavam entre roteiros infantis e arte abstrata. Outros de nós ligavam sua atenção perante obras plásticas de ação, desenhos com idéias altamente profundas e comédias de teor complexo. Estes claramente tinham um "gosto" [como diria o provérbio popular: "gosto é como braços, nem todo mundo tem"], ou o que poderíamos chamar de gosto. 

Outros porém, mas tendenciosos, escolhiam filmes como se escolhessem um belo prato repolho cozido. Todos sabemos o efeito que isso provoca. De início é um banquete [pra quem gosta], mas depois torna-se um incômodo de proporções explosivas. Péssima comparação, não tem nada de semelhante com o gosto deles por filmes. Pensei agora e achei interessante. O gosto deles estava mais para o tradicional. Filmes históricos, filmes religiosos, comédias românticas com finais tradicionais. Era como se escolhessem os filmes como gordinhos escolhem uma roupa. Mesmo que ela não sirva, ainda assim espero que no futuro eu caiba nela. Ou ainda como um vampiro escolhe sua vítima. Não importa o pescoço, nem que tipo de sangue, desde que mate minha sede. Estas comparações não servem de nada. O nome da postagem deveria ser "Comparações Toscas". 

Desafio aceito!!!

segunda-feira, outubro 17, 2011


Sobre o atraso de vida que é acompanhar delirantemente o futebol, ou 10 sintomas da “Síndrome do Torcedor Aborrecido”

Todo mundo conhece aqueles pés-no-s@c* que costumam viver ensandecidamente para alguma coisa. Aliás, todo mundo costuma carregar na importância daquilo que ele acha que é o motivo da sua vida. Várias pessoas apontam como motivo uma vida monótona, sem muitas aventuras, ou seja, a vida de um homo sapiens de idade avançada com problemas para segurar a urina em sua bexiga e que deixa o rastro de mijo pelo caminho. Nada contra as pessoas idosas. Acho inclusive que devemos muito a elas. O respeito ao que já fizeram e ao conhecimento que detém, historias de vida e a vivência de situações que nem sonhamos que aconteça... coisas que nós jovens nem sequer somos capazes de imaginar, pois somos, em nossa maioria desprovido de imaginação. Enfim, voltando aos trilhos, glorifico os idosos, mas detesto aqueles que antecipam os sintomas da idade avançada por meio de opiniões ultrapassadas e desprovidas de vivência que as habilite para isso. Esse é o verdadeiro motivo daqueles que tendo um passatempo o torna uma coisa incômoda para as pessoas que o cercam. Não falo de jogar damas, o bom e velho carteado, muito menos a bocha, ou ainda a tão criminalizada, mas a meu ver tão louvável fofoca. Falo dos “torcedores de futebol profissionais”. Tentar saber tudo sobre seu time, ou ainda segui-lo como um bom fã, nada contra. Agora, se ao olhar para o espelho e perceber algumas destas características, as características da “Síndrome do Torcedor Aborrecido”, não procure um médico, procure sua vergonha na cara, leve seu desconfiômetro para ser calibrado em uma loja de humildade e, principalmente, busque ajuda com os seus amigos que, sem sombra de dúvida, sentem-se incomodados com a sua presença pouco amistosa.

1 – Está vestindo a camisa do seu time depois da derrota, ou mesmo naqueles dias que a temporada ainda nem começou? Cuidado, é o primeiro e menos agressivo dos sintomas.
2 – Conta as camisas dos outros times na rua. Mesmo que não se tratem de adversários regionais, ou mesmo que você esteja lá embaixo da tabela e eles lá em cima. Perde tempo com isso? Eu perco só se me render uma piada que pelo menos faça apenas eu me divertir.
3 – Ridiculamente sua torcida entra no estádio e xinga, com palavreado de baixo calão, a torcida regional, sua maior adversária, mesmo que não seja ela o adversário do dia. Se você achar tudo isso muito lindo sua mãe não deve ter te educado direito. Aliás, ele obviamente te educou direito, você que é uma mula que não aprende.
4 – Vamos para o estádio. É lá que vale a pena assistir um jogo de futebol. Aquelas cadeiras de plástico são confortáveis, a comida é boa e barata, a cerveja sem álcool muito melhor que a normal, torcida organizada é uma fonte de simpatia, o ângulo que vejo o jogo, sempre o mesmo, me satisfaz enormemente... Acho que não preciso dizer mais nada.
5 – Assiste o jogo em bares onde só tem minha torcida. Outro ambiente desagradável: Cerveja cara, gritos ensurdecedores, catinga de macho, e ainda te cobram pela maldita TV de gigante de tela plana que, pela distância, perde até pra 15 polegadas aqui da sala.
6 – Abdicação de outros prazeres da vida. Tipo a esposa, os filhos, a namorada, os amigos que torcem para outros times, ou até mesmo seu cachorrinho de estimação. Babaquice com todo mundo, inclusive com o Totó.
7 – Filiação em um daqueles grupos animadíssimos e pacatos chamados Torcidas Organizadas. Existem algumas que de fato cumprem um papel interessante ao defender boas práticas entre seus integrantes, como a Flamanguaça. Agora pela minha experiência pessoal, torcida organizada só serve para torrar a paciência das famílias que vão ao estádio, das pessoas que moram nas cercanias, e combinarem verdadeiras lutas campais.
8 – Sabe a escalação do seu time, mas não sabe o nome do ator que faz aquele moleque sentado na cadeira do barbeiro (Edie Murph) quando o príncipe africano (Edie Murph) entra na barbearia pela primeira vez em “Um Príncipe em Nova York? Sitando aquela desiludida adolescente: “Puta falta de sacanagem.”
9 – Tem mais quadros comemorativos, lembrancinhas infantis, faixas com escritas como “Eu vou para Dubai, ou ainda bandanas com os mesmos dizeres, em número maior do que fotos de sua família em seu quarto? Menino feio. Assim a mamãe vai puxar sua orelha.
10 – Teorias toscas de conspiração. Aquele que considero o mais grave de todos os sintomas. Por exemplo a boa e velha culpa da TV aberta pelo tamanho das torcidas, ou a cisma com a arbitragem, ou a presença de Ets da cor de times adversários em sua cidade, ou ainda a eterna gerra santa contra torcedores de times de fora do estado em que nasceram. Um mineiro não pode, nesta concepção ilógica torcer pelo Mengão, ou pelo Fogão... É falta de patriotismo. Sejamos sinceros, [essa piada não é minha] os times de nosso digníssimo estado deveriam ir para o Chile. Lá eles se mostraram muito eficientes em tirar mineiros do buraco.

Enfim, se você tem um amigo, mas um amigo mesmo, não aqueles que merecem distância, e acha que ele desenvolveu a “Síndrome do Torcedor Aborrecido” peça que ele procure ajuda.

terça-feira, outubro 11, 2011


Repúblicas, Alojamento, Casa de Mamãe e do Papai

Todos nós, uma hora ou outra, tiveram que passar pela mudança de sair de debaixo das saias de nossas mães e enfrentar a vida relativamente por nossa conta. Uns demoraram bem mais do que outros, são os sortudos, enquanto que outros nem bem terminaram o segundo gral e já estavam vivendo uma vida muito diferente daquela repleta de cafés da manhã regados a achocolatados dissolvidos por mãos maternais, acompanhados de puro carinho e abraços paternos. Tínhamos aquelas conversas meio sem sentido e umas outras mais sérias com relação a responsabilidade, ou falta dela. Éramos adolescentes e a vida adulta, mais cedo ou mais tarde iria bater a porta de nossas casas, nos arrancaria de lá e mostraria que o mundo não era feito apenas dos docinhos de nossas tias e dos presentes da vovó.

E esse rompante de fim da juvenilidade vem a todo vapor. Para alguns pobres – não se trata de força de expressão, alguns como eu são miseráveis mesmo – a agressividade da transição assusta. Imagine-se longe de casa, com perspectivas de continuar assim ainda por muito tempo, e encontrar-se rodeado por tipos desprezíveis. Eu sei, não tenham inveja, mas nem todo mundo tem a sorte de ter parte de sua personalidade forjada a ferro e fogo. Acontecimentos futuros demonstraram que a paciência e jogo de cintura e, principalmente, a perspectiva da análise política das situações cotidianas, coisas adquiridas em três anos imersos em uma terra insólita, foram muito úteis não só como ferramentas de sobrevivência, mas também como estratégias de manipulação de situações e pessoas. Permitiram que coisas que não deveriam ser ditas fossem ditas e coisas que não deveriam ser feitas realizadas. O mais importante é que tudo retornava no estado anterior sem muito esforço.

Em algumas situações mais abonadas a transição foi mais amena, mas não não menos agressiva. Passar a viver com pessoas que você nunca viu na vida, de uma hora para outra, é como mudar para outro planeta. Tem aquele povo que acha que biscoito é bolacha, que água sanitária é cândida, e mais estranho ainda: hambúrguer e cachorro quente serve de almoço e jantar. Porta não é porta mais, é porrlta, corda é corrlda, e Luiz Fernando é Luiz Ferrlnando. Mas ainda aparecem outros sotaques mais exóticos como o da terra dos criadores de saci. Esse eu nem faço ideia de como reproduzir. Ou ainda o português oriundo daquela terra sem lei do centro oeste de minas, onde o clã dos Moura faz questão de pronunciar o português arcaico, como os colonizadores o falavam a centenas de anos. Se Marx disse, no seu tempo, que a melhor maneira para entender o período medieval era voltar os olhos para a ásia, hoje em dia a melhor maneira para compreender o Brasil arcaico é nos voltando para cidades que tem uma única rua nesse sertão mineiro.

Agora imaginem toda essa gente unida. Os filhinhos da mamãe, os criados pela vovó, as filhas caçulas, os roqueiros cuja cabeleira restou apenas em fotos desbotadas, os futuros chefes de família, os ex-gordinhos, as ex-pintoras reconhecidas regionalmente na infância, os poetas de versos adolescentes... Todo mundo compondo um céu completamente novo, onde cada astro contempla todo o resto de uma perspectiva diferente. Somos nós, e ainda assim pra maioria das pessoas não somos ninguém.

Beldades, minissaias, escadas e outras observações pertinentes sobre a presença iluminada das mulheres no campus da UFV


Nunca em minha vida encontrei uma densidade tão grande de flores bonitas por metro quadrado quanto as que vejo na universidade. Este fato rendeu boas histórias, muitas delas inclusive dignas de serem censuradas. Inclusive algumas que poucos, ou ninguém, sabe.

Gosto muito de lembrar do verão do início do curso. O conhecimento, a superação, o bom rendimento acadêmico... não eram estas as únicas razões para tomar café as 6 e meia da manhã no RU. Eu e meu grande amigo Lúcifer nos colocávamos estrategicamente de frente para a escada da biblioteca logo cedo e, lance após lance de escada, dentre as diversas subidas e descidas, nos divertíamos diante daquele campo florido, repleto das mais variadas flores. Todas as cores, tamanhos, perfumes se faziam presentes... Existiam aquelas que chamavam a atenção pela perfeição de suas curvas. Pétalas superiores extremamente avantajadas e arredondadas, formando um belo conjunto com as pétalas inferiores, de mesma grandiosidade. Havia aquelas que eram belas por serem singularmente singelas. Pequenos bibelôs que cabiam na palma das mãos. Tenho boas recordações também das mais exóticas. Aquelas cuja beleza estava presente de maneiras diferenciadas. Umas escolhiam conquistar por meio de seu charme e, não importando muito a aparência, conquistavam sem muitos esforços.

E é interessante como cada uma destas flores nos marcam de maneiras diferentes. A memória é um instrumento de sobrevivência interessante. As rosas por exemplo, cujo perfume é encantador, nos conquista de diversas formas. O olfato não é apenas o único charme. As datas que as avistamos pela primeira vez, a primeira vez que seu aroma assanhou nossas narinas, a vez que suportamos os espinhos rasgando nossa pele... a dor não importa.

Os dias, as músicas e os outros marcos que a nossa cabeça registra servem de marcos que são acessados como índices de sentimentos. Aguardo novos índices durante esta estadia.

Eternamente Jovem

Os anos passam
E o tempo deixa sua marca
Profundamente no corpo e na alma
Sem deixar pra trás nada sem sua marca

E o que diria o senhor tempo
Se um dia fosse indagado
A respeito de seu poder?

Agiria de desavisado
Visto que acumula sabedoria
Desde o início dos tempos
Numa época que ele passava bem devagar

E aos poucos a vida acelerou
E acelerou grandiosamente
À medida que a humanidade se desenvolveu
Já não nos locomovíamos em quatro patas
Aos poucos nos erguemos
E vieram as comunidades
As culturas complexas
E até as guerras

Tudo cada vez mais dinâmico
Mais corrido...
E o tempo?
O tempo continua o mesmo
Uma hora ainda são sessenta minutos
Um minuto sessenta segundos...

Devido a essas e outras
Que o tempo não responde por seus atos
E deveríamos ligar menos para ele também
Afinal, somos insignificante perto de sua grandeza
Pensemos apenas na fatia que nos compete
E sejamos eternamente jovens como o tempo.

sexta-feira, outubro 07, 2011

Finais de Semana Filosóficos


Os finais de semana dos universitários são cercados de atividades intelectuais. Desde o inicio do sábado nossa atmosfera gira em torno da filosofia. Consumimos o final de semana todo a filosofia em suas diversas formas: fermentada, destilada e, até em atitude pluridisciplinar, misturada com outros tipos de conhecimento. E assim, pai desavisado que acha que seu filho perde tempo se entorpecendo de formas bizarras, repense seus conceitos. Não é atoa que quando alguém abre seu coração em prol de um pensamento puro e regado a ilustração o classificam como sendo um "filósofo de buteco". Pobres ignorantes, trata-se da mais sábia e desprendida manifestação de sabedoria que pode existir.
Bebedeiras Históricas

Quantos de nós não sofreram com alguns amigos tomados pelo poder do álcool? Quantos de nós mesmos já não se entregaram aos prazeres intensos do consumo descontrolado de cerveja, vodca, cachaça... mais uma vez falta-me assunto. Wittigentein: "Quando não se pode dizer nada, melhor calar-se."
Nunca prometi qualidade, nem dei qualidade, nestas coisas soltas que escrevo aqui. O tema de hoje é:

Não tem tema.

To afim de jogar conversa fora. Vamos falar de algo sem nenhuma importância. Vamos falar do chulé. O que é? como surge? Como acabar com ele?

Chulé é algo que quase todos escondemos em nós. É uma vergonha cultivada a muito suor, sujeira e outras coisas que não damos importância. Não pode ser detectado debaixo de um belo sapato italiano, ou num tênis de marca. É como a hipocrisia. Não importa a classe social, nem o nível de escolaridade, o que interessa é que, sendo ou não uma pessoa boa, ou limpa, uma hora ou outra da vida ele sempre aparece. A minha proposta é que o assumamos. Arranquemos em público nossos sapatos e libertemos o que está preso. Podemos fazer uma analogia os pequenos defeitos que temos vergonhas.

Pensemos em nossos defeitos. Eles nos tornam únicos.

quinta-feira, outubro 06, 2011

Pra variar estava com a postagem pronta e era só colocar aqui. Mas a m$d# do meu pendrive deu pau por conta de um vírus. Contentem-se com o que for escrito nestes quinze minutos. Ou contente-se, porque aparentemente só o Luiz lê o que escrevo. Então seu Lúcifer, este texto é para você.

Outra característica marcante dessa vida universitária é a famosa RETA. Quantas coisas essa avenida tortuosa já não presenciou? Muita merda com certeza. Ela praticamente se configura como uma região onde realizamos o ritual de passagem para sermos inseridos na universidade, ou retornarmos à cidade.

Cada passo, cada respiração ofegante em meio ao sol do meio dia... estas sensações são indescritíveis pra quem não tem essa criação urbanística de peso. Ao entrarmos à esquerda temos a bela lagoa. Em dias de glória um belo espelho d´água, em dias de calor, uma lama verde, com uma catinga dos infernos. Mas este é um mal que atinge até as beldades que circulam pela área. Pensem nelas naqueles momentos críticos do mês onde o diabo corre de suas ofensas?

Gosto dos auges de felicidade. No verão... época de benesses para as almas tropicais. Geralmente quanto maior a temperatura, menores as vestimentas, maiores as alegrias no mundo da imaginação. Irritantemente apenas na imaginação.

Acabou o espediente... hora de ir pra casa. amanhã vejo se consigo o relato referente as flores do jardim da biblioteca. Não são flores... hehehehehe...

quarta-feira, outubro 05, 2011

O episódio da “FESTA DO CARBOIDRATO”

Era uma vez, numa galáxia muito muito distante... carboidrato

Duas garotas com vontade de realizar festas badaladas. Queriam que seus nomes fossem ligados aos movimentos de consumo de bebidas alcoólicas, curtição e outras adjacências mais. Como primeira empreitada pensaram: “Por que não cachorro quente?” Todo mundo gosta de cachorro quente. Eu gosto de cachorro quente. Mas nem sempre essa é uma boa escolha para a “agitação”. Chamaram várias pessoas. Lembro-me ainda hoje como uma delas rabiscou no verso de um texto o mapa de como chegar na casa das duas. Era ao final do balaustre – nem sabia o que diabos era esse tal de balaustre – em cima de um supermercado. Atravessei Viçosa esperando algum consumo exagerado de cerveja e, quem sabe algumas coisas mais que a vida universitária é capaz de oferecer.

Peço desculpas as pessoas que estavam presentes neste evento, mas não lembro da presença de quase ninguém. Acho que é porque uma meia dúzia de gatos pingados apareceu por lá. E a exitante programação era: cachorro quente. Quem diabos já na universidade inventa de fazer cachorro quente numa república e chamar isso de festa? A quantidade de pães e salsichas superava, e muito, as necessidades dos presentes. Havia uma disparidade grande entre a quantidade de homens e mulheres. As duas únicas representantes do sexo feminino eram as anfitriãs. O ambiente cheirava a cueca, loção pós-barba e carne processada e temperada excessivamente com sal. Ninguém ficou bêbado. E cada um dos presentes teve que consumir uma cota mínima de 5 pães com salsicha. Ainda hoje lembro do terror psicológico perpetrado pelas garotas. Ou comíamos, ou tínhamos a impressão de que a coisa ia ficar feia pro nosso lado. Tornou-se uma questão de honra para as duas que toda a obra culinária de qualidade duvidosa fosse consumida naquela noite. Toda conversa terminava com a mesma frase.

Nele mesmo esse acontecimento nem é tão fantástico. Agora, ao avançarmos no tempo, percebemos o quanto as coisas mudam. Depois desta, mais de uma dezena de vezes ocorreram reuniões na casa das duas beldades. Como todo mundo sabe, as coisas ocorreram de forma bem diferente. Compareci em quase todas as outras ocasiões. Lembro inclusive de um amigo me indagando o por que de ficar indo na casa “dessas meninas”. Hoje ele também é amigo delas.

Como estudantes de histórias acumulamos muitas memórias. Essa é uma das quais guardo com maior carinho. Foi a primeira vez depois de botar os pés em Viçosa que alguém me chamou para uma festa. Muito diferente do que possa parecer gostei da experiência. Qualquer coisa que acontecesse já seria novidade o bastante pra que eu não esquecesse.

terça-feira, outubro 04, 2011

Devido a pobreza e outras dificuldades de ordem processual (como morar com outros pobres) eu costumo escrever meus posts em casa e quando arranjo uma "internet camarada" em outro lugar realizo o recorta e cola do arquivo de texto. Hoje isso foi feito com calma, infelizmente a anta que vos fala não foi capaz de colocar no pendrive certo o arquivo e agora está tendo que escrever essa merda que vocês estão lendo.

Do que eu vou falar... Panelas alternativas!!!

Todo membro da panela, seja ele da masculina, da feminina [ou a Kênia] pertenceu a outras panelas durante o tempo em que permaneceu na UFV. Curiosamente estes grupos alternativos, vez ou outra, concorreram com relação ao tempo, a recursos financeiros, ou até mesmo a gastos emocionais. Talvez um dos mais dados a este tipo de "adultério" foi o Lucifer. O trabalho, e principalmente o teatro, foram sempre interessantíssimos meios de acesso a outros mundos. Não saberíamos por exemplo da "vivência exótica" entre Martielo e seus outros amigos.

Outros membros se destacaram pela criação de laços com mulheres feias, ou consumidoras de tarja preta. Bandido, "não vejo a hora dessa noite acabar"... dentre outras histórias tão bizarras quanto hilariantes. Ainda alguns outros se engajaram em atividades edificantes como as religiosas. Outras se envolveram apenas na bebedeira desenfreada, ouvindo musica de gosto duvidoso [gosto duvidoso foi apenas por educação]. Ainda teve aquele caso da pessoal que inclusive trocou de curso. Um excelente curso [IRONIA] para a formação de profissionais extremamente úteis para a sociedade.

No final das contas todos nós com o passar do tempo acabamos, por necessidade, de nos desvincular um pouco da panela para sobreviver longe dela. E os que foram embora mais cedo [eu] passaram por esse processo de maneira mais agressiva. Ainda assim o nosso comportamento é o resultado de nossas vivências. Vamos transpirar "panela" até os fins de nossos dias, mesmo que esta transpiração não resulte em odores agradáveis para os outros.

segunda-feira, outubro 03, 2011

De repente um cartaz de uma tal de UFV na agência dos Correios...

Outros querendo transferir pra outros cursos...

Músicos frustrados, técnico em telecomunicações...

Outros terminando o segundo grau e tendo certeza do que fazer...

Eu por exemplo só queria passar no vestibular antes do meu irmão mais novo.

Como o acaso, e só o acaso, tornou este encontro possível, ele também teve que dar conta de tornar as coisas viáveis.

E tornou...

Essa bagunça às vezes causou um certo reboliço. As opiniões entraram em conflito uma série de vezes. E o caminho quase sempre foi o diálogo. Conversas, discussões, brigas e diversas outras confusões...

Mas assim são as amizades, ou as convivências convenientes, ou ainda os alvos preferenciais, e até mesmo aquilo que podemos chamar de cobaias da nossa eterna experiência social rumo à sobrevivência.

Somos os mesmos, apesar das novas carapaças que o tempo nos forçou a criar.

domingo, outubro 02, 2011

Academia, teatro e muita hipocrisia

Vamos aos fatos, aliás, somos “historiadores”. Nos achamos pessoas importantes por isso. Vamos a uma análise que é pretensamente metódica, aparentemente científica e esteticamente confiante.

Posso falar muito pouco das pesquisas em outras áreas, mas acho que dar pitaco sobre a área de humanas não é um contrassenso. Além do mais pouco me importa o que digam a respeito de eu não ter capacidade, ou autoridade para isso. Se ficar insatisfeito com o que lerá nas próximas linhas reclame com Deus, com a mamãe, ou com a vovozinha que te criou esse frango de granja.

O processo de trabalho científico ocorre da seguinte forma, percorrendo os 5 passos para a glorificação de uma respeitada pesquisa:

1 – Aproximação:
Você tem que se destacar. São variadas as formas de destaque. Destaquemos 3:
1 – Competência
Você é capaz de obter resultados seja pelos seus talentos, seja pelo seu esforço)
2 – Q. I.:
Você é capaz de obter resultados por meio de sua rede social. Alguém fala pra alguém que você é capaz.
3 – Puchassaquismo:
Você é incompetente e consegue se aproximar da fina nata da pesquisa por meio de elogios e servidão aparentemente despretensiosa. (disparadamente o mais utilizado)

2 – Servidão com segundas intenções:
Depois que você ascende aos níveis um pouco mais altos e já arrota caviar, ainda que coma 'mortadela', começa trabalhar de forma pouco sistemática, mas ainda sem remuneração. É um estágio de vivência. Sofrimento, falta de tempo e a mesma pindaíba de antes são as constantes, ou como mencionamos no post anterior “tradições” deste momento.

3 – Aculturação:
Agora você não só trabalha, mas faz parte de um grupo que pesquisa a mesma temática. Por questões de sobrevivência não só os textos que lê e as fontes são as mesmas, o seu comportamento também se modifica. Músicas, programas de televisão, bares... Num nível muito tênue um pouco de você é subjugado para que comportamentos alienígenas sejam adotados.

4 – Adoção da Facção:
É chegada então a fase mais agressiva de desenvolvimento. Agora o graduando recebe para trabalhar, bolsista. O Velho Barbudo erra, mas dá umas dentro de vez em quando. Você faz parte de uma facção. Um grupo sólido onde os indivíduos perdem sua individualidade. Você não é mais você. Agora há uma concorrência desleal entre o seu eu honesto e o seu eu pesquisador, ávido por muitas coisas, dentre elas realização profissional a quase qualquer custo. E esse seu novo eu, forjado nas experiências recentes, considera que o mundo deve perecer ante os outros. Os pesquisadores de outras temáticas, e inclusive seus amigos, os outros temas e fontes, os outros professores, enfim, toda sorte de outros não ligados diretamente a seu grupo não são vistos só como concorrentes, mas também como inimigos, ainda que não em atitude propriamente bélica.

5 – Exemplo:
O último estágio é atingido quando o sujeito já galgou todos os níveis anteriores. Cada degrau comporta uma quantidade menor de indivíduos e desta forma só alguns chegam alto o bastante para servirem de exemplo de transformação. Agora sua imagem funciona como a de um caminho a ser seguido. Outros miram em você. Aquele que um dia já foi diferente neste momento não passa de uma memória passada, que será reinventada para que a trajetória vencedora faça sentido.


Não encaro este processo como algo danoso. Praticamente todos as outras dinâmicas da vida ocorrem da mesma forma. Nem pensem que é tudo preto no branco como foi pintado. A realidade, na imensa maioria das vezes é cinza. Entender faz parte da experiência da vida.

sábado, outubro 01, 2011

A despeito de muita gente que desconfiava que meu compromisso em escrever todo o dia para o Blog da Panela começo o desafio das trinta e uma postagens.

Hoje falarei do que eu defino como “Momento Tangalargameninodesucrilhoscomtoddy”. É um estado de coisas que se preza a relembrar o passado que não volta mais. A vida universitária que passou. As festas, as bebedeiras antológicas, os vexames etílicos... Tudo isso são coisas que foram embora há muito tempo e não há o que se possa fazer para que retornem. As condições não são as mesmas. As pessoas não mudaram tanto, mas os contextos sim. As baladeiras se encontram em estado de pura dormência, submetidas a carapaças de namoradas. Os nerds se escondem hoje atrás de copos e mais copos de uma imagem rancorosa e litros de álcool. Alguns continuam não pagando as contas dos bares, outros encontraram a cara metade e vivem felizes, e todos se encontram felizes com as felicidades alheias. Afinal, apesar das escatológicas diferenças, apesar de todos os pesares, ainda somos amigos.

O “Momento Tangalargameninodesucrilhoscomtoddy” consiste em 5 passos que toda conversa fiada saudosista sobre momentos passados passa. Vamos a eles:

1 – Esquecimento das diferenças do presente.
Não interessa o que você pense sobre a pessoa que está na sua frente. Mau caráter é mau caráter, até que o passado comum seja relembrado.

2 – Imersão no passado que nunca existiu.
Idealização de uma coisa tosca que é a mistura do que aconteceu com aquilo que queríamos que tivesse acontecido. É mais ou menos um estado de Alice através do espelho misturado com algum efeito alucinógeno do álcool.

3 – Invenção de tradições.
Coisas que fazemos diversas vezes não se tratam de tradições. As vezes as ações se repetem por se tratar de atos necessários. Ainda assim, como forma de tornar a vida burocrática (não sabemos, mas gostamos de burocracia), enfatizamos que coisas chatas e recorrentes são tradições para que sobrevivamos a sua repetência. Sabe aquela coisa de todo dia que você sai com um 'amigo' seu vocês beberem a mesma cerveja barata? Isso não é uma tradição. É pobreza mesmo.

4 – Efeito “Aaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! Eu lembro disso.”
Alguém lembra de alguma coisa. Algum acontecimento engraçado, um comportamento curioso de um conhecido, uma situação inconveniente... Coisas impactantes no momento que fazem as pessoas relembrar que um dia foram jovens vivendo em tempos que a barriga não bloqueava a imagem de seus órgão genitais [ou já faziam isso]. Aí quanto maior o nível alcoólico mais alto sai a expressão “Aaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! Eu lembro disso.” Normal.

5 – Efeito “Vamos fazer isso mais vezes”
Não bastasse estarmos com menos tempo. Não bastasse grande parte de nós ter feito um monte de merda que ainda catinga. Insistimos em fazer esse “revival” de novo? Isso é amizade de gente velha. E vocês podem até não assumir, mas estão mais velhos. Bebem com mais moderação [ou menos dedicação], estão fora de forma [ou em formas roliças] e, acima de tudo, são as mesmas pessoas vivendo em contextos completamente diferentes.

Na história sabemos que os contextos podem modificar drasticamente a maneira como as pessoas agem. Esse post tosco não ocorreria se eu tivesse prometido fazer um por dia e o aborrecido do Lucifer estivesse me torrando a paciência nesse exato momento. Enfim, foi o que deu pra fritar altas horas da noite de um sábado que obviamente não está sendo grandes coisas.

domingo, julho 03, 2011

Para o Blog não ficar abandonado, fiz este fast post:

Dia que o Bolívar fez pão de queijo pra Panela, com direito a tradicional careta que identifica os membros (out. de 2007).



terça-feira, abril 12, 2011

Não posto, não posto, não posto…

Não posto mais aqui enquanto alguém, além de mim e do lucifer postar.

Se é pra não ser lido prefiro não o ser no meu blog: paulosantana.blogspot.com

quinta-feira, março 03, 2011

ATENÇÃO CAMBADA DE PUTOS QUE LÊ ESTE BLOG:
DEIXEM SEUS COMENTÁRIOS APÓS LER CADA POSTAGEM! NÃO SABEM QUE O QUE FAZ A ALEGRIA DE BLOGUEIRO SÃO OS FEEDBACKS?

AMAMOS VOCÊS.
ABRAÇOS

terça-feira, março 01, 2011

Algumas obras de arte são tão relevantes quanto a seu trato com a determinado assunto que são dignas de serem reescritas. Grandes filmes, grandes livros, sublimes histórias épicas… sempre que é possível alguém as reconta, resiginifica, reapropria de sentimentos e as torna novamente contemporâneas. Este é o verdadeiro valor dos clássicos: as suas atribuições universais e ao mesmo tempo mutantes.
Escrevo este texto após ter comemorado a formatura de um grande amigo. Mas também por saber que o período clássico da minha vida poderá ser retomado e de alguma forma reinterpretado por mim mesmo. Os grandes altores não tem esta perspectiva de carreira. Felizmente, por um balé caótico do destino, cuja colaboração da minha mente emesmada foi determinante, me pus no mesmo lugar que a alguns anos atrás fui capaz de me furtar precocimente. Eis que Viçosa, e as loucuras de Viçosa, outra vez dança pra mim como se fosse um prêmio de um caça níquel, que aliás nunca joguei, inesperado.
A história é outra. A história vai ser outra. Porque a imaturidade do passado não mais existe. E a vida ensina muita coisa aos sonsos de um copo de delírio. Não existe medida exata para uma mente que anseia por novas velhas aventuras, e nem existe um outro caminho. Só existe um caminho. Aquele que você descobre no meio da bagunça e é capaz de correr a longos passos sem que a vida o faça tropeçar além daquilo que lhe permite avançar, nem que seja um único milímetro.
E como uma piada cabe no meio desta chatice? Bem, as chatices sempre são exelentes momentos cômicos que dependem unica e exclusivamente do ponto de vista. O que dirá aquele cachorro que lambeu a cara de um “amigo meu” numa festa em Viçosa? Ou talvez os grandes amigos que uma amiga fez naquela mesma noite? Ou ainda aqueles “não” folclóricos que outro “amigo” levou em meio a ameaças de suicídio? Quem sabe o que o futuro reserva? O caminho intimista sempre deve ser traçado, com a busca pelo original que parte de dentro de você. Mas quem irá permitir que a originalidade salte de dentro de si e agrida o mundo que só pensa no pudor da vida dos hipócritas? Amigo, lembre de suas vontades, e esqueça as periféricas motivações alheias. O que conta é sempre a farofa, o satisfatório, a batata, a música mal cantanda, os amores vividos sobre os não vividos, a imoralidade dos ingênuos, e a Taça Guanabara!!!

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Meu melhor amigo vai se casar.

Confusão demais pra minha cabeça, ainda mais pra quem conhece as aventuras e desventuras amorosas deste cara. Não, eu não vou encarnar a Julia Roberts no filme "O casamento do Meu Melhor Amigo" e querer roubar o noivo. Até porque meu nível de boiolagem não permite. Mesmo assim, ele representa muito pra mim, e acho que tentar ordenar as idéias em um texto, pode me ajudar a entender melhor as coisas.

Tudo poderia ter começado de onde não começou. Reprovados no vestibular 2005 da UFJF, ficou reservado a nós um encontro em um cenário muito mais propício para a vida universitária: Viçosa e a UFV. Estavamos lá, dia 28 de fevereiro de 2005, dividindo a mesma sala de aula, a mesma tinta e mesmo trote. Durante as aulas, graças aos seus pitacos, era visto por mim como um cara interessado e dedicado ao curso. Rapidamente ficamos amigos. Logo veio a greve de 6 meses. Com a volta das aulas, começamos a descobrir nossas afinidades. O primeiro evento que fomos juntos foi o festival de cinema da UFV, em janeiro de 2006. Logo começaríamos a congregar novos camaradas. Começamos a andar com a Kênia, com o Paulo, com o Didi e com o João. Era o embrião da Panela, entidade que este blog congrega. Em julho, nosso primeiro evento acadêmico juntos: Anpuh em São João Del Rey. No ônibus, ouvindo Beatles, ele me perguntou: “porque não conheci isso antes cara?!” Começava ali uma grande parceria de troca musical. As 7 da manhã, tentando acordar no frio inverno sanjoanense (“O Gu, to com frio”), tirei uma foto dele roncando com a boca escancarada. Pela que ele apagou. Seria uma preciosidade essa foto nos dias de hoje. Em agosto, nossa primeira festa juntos na UFV: a inesquecível Flash Back, (preciosidade essa foto) e a primeira vez (das centenas de milhares) que vimos o Hocus Pocus tocar.

Rolaria ainda muitas festas bregas, muitas festas na vila e na minha casa, muitas mesas de bares. Isso etílicamente falando. Fora os trabalhos, seminários, congressos, jogos de futebol, vídeo-debates, show na UFV, RUs, e muitas, muitas confissões amorosas, familiares, panelísticas, futebolisticas, estudantis. 5 anos vividos tendo ele como um irmão, como a pessoa quem eu ouviria e falaria de tudo. E como sinto falta disso.

A mensagem mais antiga que tenho registrada no meu celular é do natal de 2008. O texto por ele escrito era o primeiro passo para o que vai se realizar em breve. Fui testemunha privilegiada do que aconteceu de maior na vida deste cara. E conhecer ele sem dúvida foi uma das maiores coisas que aconteceu na minha. Pra completar, enquanto esboçava este texto, fui convidado pra ser o padrinho do matrimônio. Ou seja, continuarei a ser testemunho da história, agora a nível ofícial. Emoção pra ser guardada pelo resto da vida.

Te amo meu irmão. Te desejo a maior felicidade do mundo, sempre. Obrigado por tudo.

sábado, janeiro 08, 2011

Speculum compositum Alice I

 

As historias começam em momentos aleatórios e prosseguem em dinâmicas lógicas quando dentro de nossas cabeças os processos são completamente diferentes. Vejam por exemplo suas lembranças de infância relativas a um tema específico. Pensemos no cinema. não o cinema enquanto local onde se vê filmes. Para além disso. Pense no motivo de sua presença nestas salas coletivas em que a sétima arte é exposta para pessoas de diversas origens e presentes estimulados por motivações diferentes.

Lembro primeiramente de um dos filmes que mais marcou minha Infância: Os Gonies. Estava eu e meu irmão, na sala de nossa avó, que também era meu quarto… Mas não era mais meu quarto. Larissa e Talita insistiam que o Léo não teve infância completa se não havia visto Os Gonies. Como meu precário quarto se torou uma reta de uma faculdade? Lá estava eu e uns amigos 15 anos depois discutindo um símbolo da tenra idade de muita gente. E nesta idade via filmes diferentes com companhias diferentes. Hamlet foi um mistério que degustei com Luiz Fernando e Gustavo num quarto apertado. O Mel Gibson não devia ter feito este filme. Em frente a um DVD no ano de 2004 não tinha muitas opções cinematográficas ao meu dispor. Horas e horas de trabalho árduo não foram recompensados com a aprovação no vestibular. Chutar o pau da barraca… Pelo menos por seis meses era isso que merecia. E o filme estrelado por Mel Gibson era o único de ação que a disposição de um balconista foi capaz de assistir. Franco Zefireli já foi mais brilhante e eu não fazia a menor ideia. O filme era podre aos meus olhos. Mas o que me diz de podre do pobre Ashton Kutcher. O pobre coitado fez duas coisas sábia na vida: Efeito Borboleta e casar-se Com a Demi More. E nas vésperas de iniciar a graduação em História apenas Jonathan [meu primo] e Diogo [irmão do meio] acompanharam-me numas das primeiras jornadas intelecto cinematográficas que fui capar de refletir sobre. É isso que universitários fazem: descobrem algo que gostam e transformam num raciocínio lógico. As coisas não podem mais ser prazerosas depois deste estagio intelectual. E minha sala [outra sala, outra casa, acho que a décima primeira do casamento de meus pais] não0 era mais minha. Estava cercado por amigos instantâneos. Felipe, Melissa, Yuri, Mônica, Elizandra, Josélia, Thuila… tudo gira e no meio do turbilhão a compreensão sobre o mesmo filme já não era a mesma. Cada fala, cada ato ou efeito visual era acompanhado de um comentário [verbalizado ou não] tendendo à pura historização da percepção das mudanças de tempo. Porque voltando à infância, os desenhos sempre foram meus fiéis companheiros. E sozinho, aqui no meu quarto confortável, mas sem muito luxo ou organização, na capital percebi que a imagem que criamos de nós mesmos e dos outros é que são as tais Representações do Chartier. Obrigado Evangellion. Agels e EVAs não significam muita coisa pra muita gente que ignora um dos melhores roteiros já escritos. E o que sou eu senão a combinação de minhas vivências. Porque  o Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças não é apenas uma comédia romântica. E novamente na sala humilde da casa ao fim de um morro, numa área periférica de Manhumirim, um recente chato [leia-se historiador em treinamento] aproveitava seu tempo com coisas mais úteis do que textos de história. Cadência inusitada, recorte aparentemente aleatório, as caretas caricatas de Jim Carrey e as curvas sensuais de Kate Winslet me levam a outro lugar, dois finais de semanas consecutivos, dois anos depois numa sala/cozinha, com almofadas no chão. Era ver o filme, assistir ao clipe com a musica tema [Light and Day – The Polyphonic Spree], composto de cenas do mesmo filme, só que com os lábios dos atores alterados acompanhando a letra da canção, e ir ao Shopping tomar uma cerveja. Na verdade saímos eu e Larissa os dois domingos consecutivos e as outra companhias que se alteraram. E se alteraram tanto que não era mais o shopping do calçadão de viçosa, mas uma sala com uma garrafa de cachaça. E era 2010. Eu e Gusthavo discutíamos, do alto de nossa intelectualidade pouco pratica adquirida com os poucos anos de estudo, à respeito da trilha sonora do mesmo filme. Um comentário marginal. O interesse novo era Sonhando Acordado [ou The Science of Sleep no original] do mesmo diretor [Michel Gondry]. Gael Garcia Bernal saindo-se bem. Melhor do que em Diários de Motocicleta que foi um filme tipo exportação. CARAMBA, ESQUECI MEU CHÁ. COMO ESQUECI DELE EM CIMA DA MESA? E o Cine Clube Carcará completamente lotado fez meus olhos de calouro, tão acostumados as aglomerações de meia dúzia de pessoas, comuns em cidades pequenas, saltarem e se assustarem com o mundo que acabara de conhecer. Um mundo de pilastras [e pilantras], retas [e curvas etílicas], RUs [e filas quilométricas], BBTs [e minissaias pelas escadas] PVB e PVA [além do DAH], entorpecentes [lícitos ou não]…

Que as lembranças perdem o fôlego no meio desta confusão. O poder do vinho já diminui num nível insuportável e o calmante demonstra seus poderes obscuros e tão desejáveis em certos momentos. Já se aproxima uma da madrugada. Boa noite.

quarta-feira, janeiro 05, 2011

Onde põe título nesta bagaça?

Também estava pensando aqui em casa, também sozinho em Juiz de Fora. Na mesma onda saudosista que move este blog (leia-se Paulo e eu), lembrei-me de duas boas histórias vividas com o elemento manhumirítico da Panela. Vou contar a primeira delas, e deixar a outra para o próximo post. Mudei de ideia. Vou contar tudo aqui.

A primeira ocasião é por nós lembrada como a festa brega da Vila em que ficamos trêbados, ocorrida em outubro de 2008. Tinha prometido pra panela feminina que eu iria na festa, já que a de 2006 foi muito bruta, e na de 2007 só compareci pra emprestar o som. Estava exausto naquela semana, cheguei em casa tarde naquela sexta feira, mas como ja tinha conseguido o traje, me vesti e resolvi ir.


Pra mim, as festas bregas são as melhores. Primeiro porque só o ato de se vestir ja é divertido. Sair na rua rumo à festa então, é simplesmente uma experiência cênica única. Depois de muitas gargalhadas em casa, na república, tomei as ruas com um rayban á meia noite e quinze, rumo à Vila. Passei pela praça, chamando a atenção de quem transitava por aquelas horas em Viçosa. Vestia uma camisa vermelha, de botões, bermuda do exército e coturno. Pra dar um brilho da vestimenta, usava um cordão que mais parecia uma medalha e os já citados óculos escuros.


Chegando na festa, fui recebido pelos amigos, que imediatamente me batizaram de Zé Mayer devido a semelhança da minha vestimenta com o personagem da novela "A Favorita" (vide foto). Cheguei tarde, mas tava todo mundo lá, Gustavo Geada, que a muito tempo não aparecia em festa nenhuma, já num nível etílitico evoluido, como de costume; Paulo Santana, vestido como um cafetão, Letícia, James, e uma boa galera da turma. Bebi aos longos goles pra alcançar a vibe da galera, mas acho que passei dela. Tanto que nem lembro do final.

Mas aproveitando o embalo do assunto festas, vou falar do final de outra festa, acontecida no fim do melhor ano da Panela, em dezembro de 2007. A tal da festa do pijama. Não apareceu quase ninguem conhecido, e teve gente que nem à caráter foi, como eu. Mas em compensação, teve gente que foi a caráter assistir aula no PVB. O elemento sofreu diversas ofensas dos colegas por tal atitude. Puro preconceito, como ele afirmava. De lá, fomos pra festa na vila.

Paulo e eu ficamos responsáveis pela lista de presença (até hoje não entendo pra que esse raio de lista serviu), anotando quem entrava e quem saía da festa. Lá pelas tantas, depois de divesas goles e copos virados em apostas, atingimos o nirvana etílico e começamos a brincar de assinar as folhas de papel que nos deram. Não satisteitos, assinavamos e selávamos a assinatura, como num cartório, jogando cerveja quente em cima.



Repare que na foto abaixo, a camisa da Escola Estadual de Manhumirim está molhada. Dá pra imaginar a lambança, o cheiro de cerveja em nossas roupas e pelo chão do pátio. Eu bebi tanto, que comecei a passar mal e pedi pras donas da casa deixarem eu tirar um cochilo rápido. [Aliás, vamos abrir parenteses, ou se preferir, colchetes, para lembrar de outra festa. Essa de tirar um cochilo rapido quando estou bêbado já me fudeu mais de uma vez. Numa festinha que teve la em casa, onde todo mundo ia pegar as vizinhas mas ninguem pegou ninguem, eu bebi demais e fui dormir na metade da festa. Me reviraram no colchão pela madrugada, mas só acordei no outro dia, com meu fiel escudeiro Paulo Santana dormindo num colchão ao pé da cama. Voltemos pra festa do pijama].

Neste cochilo rápido, a história se passou como na festa da minha casa. Só acordei no outro dia , com o Paulo ao pé da cama. Cama alias, que era de uma das meninas, fato este que obrigou duas delas dormirem juntas, numa cama de casal, uma virada pra cima e outra pra baixo, pra não ter perigo de rolar uma encoxada involuntária na madrugada. Noite traumatizante pra todo mundo.

Outra ocasião etílica digna de ser rememorada foi em nossa formatura, em julho de 2009. 1 semana inteira de festa, bebendo todos dos dias. PV ja morava em BH, e chegou em Viçosa na terça de noite, para irmos às atividades da formatura na quarta feira. Na terça, ele chegou em meio à um churrasco na casa do Wanei. Bebemos até o fiofó fazer bico e no outro dia, acordamos cedo pra ir na aula da saudade. Fomos tomar café na padaria, e ao sentar no balcão, nos deparamos com uma chopeira da Kaiser. Com a boca salivando e a conciencia assumindo seu lado mais impulsivo, decidimos por realizar um antigo sonho: beber de manhã, em dia de semana. Desde a época em que fizemos um trabalho de estágio no Anglo, e quase sentamos no shopping do Bahamas pra beber uma cerveja numa segunda feira as 9 horas, tinhamos aquela ambição de pingaiada. Pedimos 2 chopps, mas infelizmente a merda da máquina não estava funcionando. Comemos, juntamos o que tinha de vergonha na cara, e fomos pra universidade. Foi neste mesmo dia, depois do churrasco no Recanto de tarde, de um estica até o Leão no começo da noite, que o Paulo quase entrou em piripaque de tanto tomar energético na festa no Galpão.

Boas memórias etílicas. Em breve tem mais. Ainda tem o caso da mijada na cadeia em Mariana. Abraços.

terça-feira, janeiro 04, 2011

Mais uma história nada engraçada…

Estava pensando aqui em casa. Sozinho em Belo Horizonte. A solidão estimula os pensamentos saudosistas em função da rememoração de momentos que estávamos cercados de amigos. Pois agora me encontro cercado de confusões dissertativas e uma viagem para o passado no sentido de buscar momentos de confraternização etílica é uma necessidade da manutenção de minha cada vez mais reduzida sanidade.

Chatices e discursos emocionados à parte gosto de lembrar dos momentos de felicidade espontânea. Aqueles que a gente não programa e se auto-geram por meio de coincidências que fogem da nossa capacidade de compreender.

Era uma bebedeira qualquer, de um dia qualquer. Saímos eu e parte da panela feminina: Larissa, Talita e Amanda (Agregada da panela feminina). Nada de mais. Fomos no Shopping da Moda pra aproveitar mais um Domingo pouco produtivo. Como de Praxe fui à casa das meninas para buscá-las. Nada de cavalheirismo nesse ato. Nunca gostei de pessoas que se atrasam. Como todo mundo vive se atrasando, e mulheres são tendenciosamente mais atrasadas devido a questões que fogem a essa postagem, busquei as senhoritas em sua residência. De fato não era nenhum sacrifício. Gostava de andar pelo balaústre. De passar pelo cruzamento com a rua do Leão. E me agradava muito uma conversa sempre bem humorada. As conversas sempre foram bem humoradas com elas. Podia utilizar de todo meu aparato de insatisfação com a humanidade (misantropia) e levar os temas mais absurdos à pauta com uma argumentação inusitada e cheia de pompa acadêmica. Chegando lá obviamente nenhuma das três damas estavam pronta. A conversa desenvolveu-se fragmentada e desconexa até que o trio finalizou seus preparativos para o consumo de uma bebida alcoólica proveniente da cevada. Também conhecida como cerveja esse líquido já havia nos proporcionado momentos memoráveis.

O caminho até o lugar escolhido como fornecedor de embriaguez não era longo. Nada que dez minutos de uma leve caminhada, passando pelo Calçadão de Viçosa, que sucedia a Matriz, não resolvesse. Estávamos lá. Um “músico” careca e cabeludo tocava um violão. Nada de muito espantoso. Consumimos cervejas ao gosto das mulheres. Uma bela série de “Skols” regaram a conversa.

Enquanto bebíamos o liquido em cor de urina conversávamos à respeito do futuro. De como estaríamos daí um ano. Era o último ano de faculdade pra mim. Esse assunto me incomodava mais do que qualquer outra coisa. No entanto à medida que o tempo passava, e a gradação alcoólica no sangue se alterava, não importava mais o assunto. Nesses momentos, os momentos que realmente importam, as palavras não fazem mais sentido. A significância destes ultrapassa qualquer verbalização, ou pensamento, ou filosofia. São apenas sentimentos, e agora lembranças, que não tem nome, mas tem registro. E em algum lugar, de alguma forma, tornam-se atemporais pois voltar a eles torna-se um prazer melhor do que viver o presente.

Mas nem tudo é um mar de rosas quando se trata dos amigos. Pior ainda. As situações mais memoráveis são aquelas que envolvem desventuras e rupturas com relação ao pacto consuetudinário da amizade entre as pessoas. E foi isso que aconteceu. Mas antes da descrição desse fato altamente repudiável, no entanto pleno se tratando de um fato a ser contado em uma história, vale lembrar que já havíamos pedido uma música para o intrépido violeiro: Primeiros Erros (Kiko Zambianqui). O pedido foi feito por mim e pela Larissa. Ambos já não muito sóbrios. Nós dois éramos os com uma aparência mais alcoolizada e a fama de nossos hábitos ébrios adentrava inclusive no círculo dos professores do curso de História. Pedimos e o menestrel, apesar de relutante, atendeu a nossa reivindicação. Não sei se ele estava desafinado de voz ou de violão, só sei que não me recordo com boa avaliação de sua interpretação hesitante e estilhaçada. De qualquer forma a tal musica, se bem me recordo, tornou-se a musica oficial do grupo.

Este fato engraçado não foi o auge da noite como já adiantei. O consumo de cerveja leva a idas constantes ao banheiro. Larissa e Amanda se ausentaram da mesa com este fim. Ficamos eu e Talita sentados lá. Não lembro o assunto. Nem o porque dos movimentos bruscos das mãos daquela mulher. A única coisa que sei, e que recordo com uma certa raiva, é que seu braço atingiu violentamente a garrafa ao centro da mesa. Até aí tudo bem. Acidentes acontecem. Esse não era um acontecimento catastrófico que nossas possibilidades financeiras não pudessem arcar. Nossas condições financeiras permitiam que essa garrafa fosse derrubada. E, infelizmente, nossos laços de amizade permitiram com que eu fosse acusado da repentina queda da dita garrafa. Após o acidente, e ainda com as ausentes ausentes, espalhei uma série de guardanapos pela mesa. Não resolveram muita coisa. Bêbado tem umas ideias meio fora da realidade. Por isso comecei a secar a mesa com minha blusa. Acho que faltou pouco para que um de nós não lambesse a mesa. As ausentes retornaram e nos indagaram à respeito do que havia acontecido. Quando abri a boca para uma explicação fui interrompido por um olhar endemoniado da loura criminosa. Era um misto de olhos de criança arteira e político negando desvio de verga. “Foi o Paulo.” Não me importo de fazer as coisas erradas, as escolhas erradas e as manobras políticas erradas, mas ser acusado de uma proeza que não fiz foi encarado por mim como algo muito agressivo. Tão agressivo que as palavras faltaram no momento e minha resposta foi um abrir e fechar de boca com emissão de grunhidos, acompanhados de gesticulação intensa. O resultado? Para as ausentes agora presentes uma confissão de culpa. Pra loira criminosa a sagração de seu golpe contra minha imagem. E pra mim? Acho que foi o início das crises de pânico. Perdido ali, no meio de falsas acusações e da maquinação de uma mende demoníaca, estava só eu e minha consciência. Só me restava beber mais. E bebemos.

No fim das contas Talita assumiu que foi ela. As ausentes assumiram que não haviam acreditado que havia sido eu. E eu? Eu aprendi amigos agindo como seus piores inimigos é o sinal da verdadeira amizade, ou de sacanagem mesmo.