As vezes pensamos que aprendemos apenas nas aulas, com os professores. Apesar de que, também entendemos que a leitura enriquece nosso conhecimento. O que falta nossa atenção é, o quanto aprendemos com os amigos, principalmente em debate calorosos - igualmente aquele entre eu e João. Apesar do pressuposto central da opinião dele, confesso que refleti bastante a partir das suas idéias .
Nosso amigo João acredita numa função social e pragmática da História. Seu ódio à pós-modernidade impulsionou-o a formular uma neo-magistra vita, só que sem o conceito de processo, pois eles acreditam num planejamento futuro, não numa relação de causa e conseqüencia. Na visão do João Henrique - e do companheiro Paulo -, quando estudamos o passado, passamos a ter uma nova visão do presente, de forma que, obtemos uma nova possibilidade de planejar o futuro. De acordo com nossos dois companheiros, o sentido da História está em propor um futuro melhor, mais desenvolvido e, sobretudo mais humano.
Obviamente, a História pós-moderna precisa ser criticada. A fragmentação do nosso objeto e a excessiva flexibilização metodológica são pontos sensíveis dessa versão de história. O descrédito à identidade do historiador e a idéia obcessiva de transdiciplinaridade precisam ser questionadas, uma vez que não é apenas o historiador que deixa de ter uma identidade, mas também a própria História como ciência, pois, esta não necessita da metodologia histórica para produção do seu trabalho, mas sim, de uma mesclagem entre as outras disciplinas, de forma que não seja mais História.
Contudo, questiono a forma que nossos dois amigos estão atacando a História pós-moderna. O que identifico no discurso deles é uma História totalmente ligada a noção de progresso. Essa visão foi bastante decorrente até a década de 60, sendo que os cientistas (sociais ou não) acreditavam que a ciência transformariam o mundo por completo. Isso não ocorreu. É claro que muita coisa melhorou, mas essencialmente, continuamos os mesmos humanóides desprezíveis de sempre.
Quando os historiadores João Henrique e Paulo Santana propõe uma história serviço do futuro, eles caem no mesmo erro da História pós-moderna: a intensa fragmentação do objeto. Se você pensa em fazer um projeto de desenvolvimento para o país a partir da História, você estudará apenas o que interessa. Ou seja, se é um projeto de desenvolvimento do Brasil, para quê estudar a Grécia pré-heródoto ou, qual a utilidade de estudar sobre um moleiro herege da Itália do sec XVI? Isso não tem ligação nenhuma com o desenvolvimento do nosso país, embora nossos queridos amigos possam frazer uma belíssima "eixegese retórica" que enquadre esses assuntos na palta para o desenvolvimento da nação. Porém, ao fazê-lo, eles seriam anacrônicos. Além disso, partiriam para a pesquisa com uma formulação teórica pronta - o que isso tem a ver com o nosso desenvolvimento.
Não estou dizendo que a História não pode servir a nação. É claro que sim. Mas insisto em dizer que esta não é sua função primordial. Se esse fosse o sentido da História, esta ciência seria muito limitada e local, lembrando que a realidade passada diversas vezes (pra não dizer nunca) é diferente do presente, de forma que você projetaria o futuro baseando-se em realidade discrepantes. Por exemplo, se alguém estuda o golpe militar de 1964 para evitar um possível futuro golpe, o contexto passado não serviria de base para o futuro, pois são realidade discrepantes. Aquilo que aconteceu em 64 só ocorreu pelo contexto favorável, sendo este único e irepetitível. A não ser que nossos amigos João Henrique e Paulo Santana tenham a visão de circularidade temporal.
Nosso amigo João acredita numa função social e pragmática da História. Seu ódio à pós-modernidade impulsionou-o a formular uma neo-magistra vita, só que sem o conceito de processo, pois eles acreditam num planejamento futuro, não numa relação de causa e conseqüencia. Na visão do João Henrique - e do companheiro Paulo -, quando estudamos o passado, passamos a ter uma nova visão do presente, de forma que, obtemos uma nova possibilidade de planejar o futuro. De acordo com nossos dois companheiros, o sentido da História está em propor um futuro melhor, mais desenvolvido e, sobretudo mais humano.
Obviamente, a História pós-moderna precisa ser criticada. A fragmentação do nosso objeto e a excessiva flexibilização metodológica são pontos sensíveis dessa versão de história. O descrédito à identidade do historiador e a idéia obcessiva de transdiciplinaridade precisam ser questionadas, uma vez que não é apenas o historiador que deixa de ter uma identidade, mas também a própria História como ciência, pois, esta não necessita da metodologia histórica para produção do seu trabalho, mas sim, de uma mesclagem entre as outras disciplinas, de forma que não seja mais História.
Contudo, questiono a forma que nossos dois amigos estão atacando a História pós-moderna. O que identifico no discurso deles é uma História totalmente ligada a noção de progresso. Essa visão foi bastante decorrente até a década de 60, sendo que os cientistas (sociais ou não) acreditavam que a ciência transformariam o mundo por completo. Isso não ocorreu. É claro que muita coisa melhorou, mas essencialmente, continuamos os mesmos humanóides desprezíveis de sempre.
Quando os historiadores João Henrique e Paulo Santana propõe uma história serviço do futuro, eles caem no mesmo erro da História pós-moderna: a intensa fragmentação do objeto. Se você pensa em fazer um projeto de desenvolvimento para o país a partir da História, você estudará apenas o que interessa. Ou seja, se é um projeto de desenvolvimento do Brasil, para quê estudar a Grécia pré-heródoto ou, qual a utilidade de estudar sobre um moleiro herege da Itália do sec XVI? Isso não tem ligação nenhuma com o desenvolvimento do nosso país, embora nossos queridos amigos possam frazer uma belíssima "eixegese retórica" que enquadre esses assuntos na palta para o desenvolvimento da nação. Porém, ao fazê-lo, eles seriam anacrônicos. Além disso, partiriam para a pesquisa com uma formulação teórica pronta - o que isso tem a ver com o nosso desenvolvimento.
Não estou dizendo que a História não pode servir a nação. É claro que sim. Mas insisto em dizer que esta não é sua função primordial. Se esse fosse o sentido da História, esta ciência seria muito limitada e local, lembrando que a realidade passada diversas vezes (pra não dizer nunca) é diferente do presente, de forma que você projetaria o futuro baseando-se em realidade discrepantes. Por exemplo, se alguém estuda o golpe militar de 1964 para evitar um possível futuro golpe, o contexto passado não serviria de base para o futuro, pois são realidade discrepantes. Aquilo que aconteceu em 64 só ocorreu pelo contexto favorável, sendo este único e irepetitível. A não ser que nossos amigos João Henrique e Paulo Santana tenham a visão de circularidade temporal.
Não penso como antes, e isso devo em partes ao João e ao Paulo. A História tem sim um sentido. Não concordo com o Michael Foucalt que pensava esse sentido como algo relativo e subjetivo. O sentido da História está na construção e compreenção do seu objeto: o ser humano. Ou seja, a função da História está em compreender melhor a humanidade (através do tempo). Contudo, isso pode assumir qualquer função pragmática - ou nenhuma. Nesse ponto, isso vai depender do que estamos estudando.
Bom, espero não ter ofendido ninguém. Desde já peço desculpas se exagerei em algum ponto. Quero discutir sem envolver ataques pessoais.
Espero uma réplica.
Um grande abraço.
obs.: O texto não foi revisado. Pode haver vários erros ortográficos ou de concordância