segunda-feira, novembro 27, 2006

Tá ok Gustavo. Vou fazer uma postagem então, mas não vai ser tão grande quanto a sua pois acho esta uma discussão extremamente aborrecida. Eu acho que como historiador jamais me concentrarei neste tipo de discussão, pois acho que são muito desgastantes, mas vamos lá.
O ataque a pós-modernidade está preso à um ponto e não à todos, só que vocês (você e o Luiz) luizionaram e o espandiram à todos. Não foi uma crítica à arte pós-moderna por exemplo, que eu particularmente, MINHA OPINIÃO, não gosto pois a sua vontade de chocar acaba, na MINHA CONCEPÇÃO, lhe tirando o sentido. Acho que não tem nada a ver um cara pendurar um fusca por 5 cabos de aço no teto. Qualquer lixo hoje pode ser chamado de obra de arte.
Mas o ataque está ligado à algo que se aplica inclusive à arte. A retirada que a pós-modernidade faz do sentido das coisas. E não adianta falar que é porque ela abre espaço pra que cada um reinvente o seu sentido, determinadas coisas são feitas para terem sentido. A nossa vida foi feita para ter sentido, segundo a moral crsitã que adoto o homem não vem a Terra pra fazer uma escultura de chocolate de 50 metros no formato de fezes, mas para ser um instrumento de Deus no mundo, e isso significa trabalhar e por sentido nas coisas que faz.
E a humanidade sempre deu um sentido à História, ofício que escolhi pra mim. Mesmo os povos que não tem escrita preservam sua memória, pois sabem que o passado pode lhe auxiliar numa questão do presente. Teve enchente há 300 anos atrás e nossos antepassados resolveram dá seguinte forma. Agora tem outra. Vamos avaliar esta forma e ver se é possível fazer uma melhor? Pois é. Isso pra mim é fazer história, o passado está auxiliando a resolver uma questão presente.
Mas o Gustavo na sua síndrome de progresso que acaba por condenar a minha concepção e a do Paulo de História dizendo que ela se encontra ultrapassada e que a dele está mais evoluída usando o termo magistra vita apenas para colocá-la como algo em desuso deve achar que História só tem a ver com questões de governo e econômicas de grande porte que são imprevissíveis e não dependem do passado para tomar novos rumos. Aí que divirjo mais uma vez. Até pra resolver uma questão deste porte a História pode, e deve, ser usada. Já pensou se o homem se esquece que houve uma quebra da bolsa em 1929 e começa a produzir sem se preocupar com os indíces de consumo? Pois é, mas os alunos de qualquer curso vagabundo de economia tem aulas sobre a crise de 1929 e dificilmente o mundo passará por situação semelhante, a não ser que se esqueça da lição que este evento deixou.
Mas isso é economia. Vamos pra política então. Se o seu querido Lula resolve baixar um ato institucional contra a imprensa é bem possível que muitos caiam na onda. Sabe quem não vai? Quem sabe os efeitos que a censura provoca em uma socidade como o desenvolvimento da corrupção ( Se bem que será que o governo democrático do Lula rouba menos que a ditadura?) muitas vezes não viveu esta situação, mas olhou pro passado e aprendeu.
Pois é. Infelizmente a pós-modernidade vem dizer que as coisas não precisam mais de um sentido definido, dê o sentido que você quiser o homem tem se alienado. Sabe o que a pós-modernidade produz? Emos. Criaturas que querem um MP3 player, um adidas, uma guitarra, beijam quem der na telha e depois escrevem músicas sobre crise existencial, a vida deles não tem sentido pois buscam dar o sentido que lhes dá na telha, o problema é que a mídia quem alimenta este sentido fútil que acaba por ser uma total falta de sentido. A pós-modernidade alimenta o consumismo e o individualismo além de matar o espírito crítico e é triste ver historiadores dizendo que seu ofício vai ter o sentido que ele quer. Não. O historiador
tem um compromisso social, a sociedade ainda não é toda pós-moderna e espera determinadas coisas dos grupos que à compõe. Do historiador esperam que ele ajude a desenvolver a criticidade das pessoas e participem dos debates sobre o futuro do país. Infelizmente a pós-modernidade diz que o Thiago Lacerda deve ter o mesmo peso que um historiador de gerações ao dizer sobre uma questão do país. Uma questão que o historiador passa horas pensando e que só vem a cabeça do ator quando lhe é perguntado para logo depois sair. Isto é fazer uma sociedade ser medíocre. Uma sociedade que quer melhorar busca debates sérios, não chama qualquer um pra discutir as questões sociais, mas sim as pessoas que estudam o homem, inclusive o historiador que o pensa ao longo do tempo. Ele pode se alienar sim, como um médico pode viver a vida toda construindo siliconadas pra programas de Tv. A nossa sociedade individualiza as questões mesmo e o mais cômodo é aceitá-la assim. É negar pra sociedade o que ela espera que façamos, mas cada um com sua consciência. Não é isso que a sociedade pós-moderna diz?